[Teses]

TESES E DISSERTAÇÕES
sobre a Obra de Lídia Jorge

Página em desenvolvimento
  • "O Desencanto Utópico ou o Juízo Final: um estudo comparado entre A Costa dos Murmúrios, de Lídia Jorge, e Ventos do Apocalipse, de Paulina Chiziane"
    Tese de Doutoramento de Debora Leite David
    na área dos Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa
    Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
    Universidade de São Paulo, 18 de março de 2011
  • Esta tese de doutoramento analisa a voz feminina que conta a guerra e as representações literárias possíveis, a partir de simbolizações de extermínio e ruptura no espaço da guerra em Moçambique. A análise será realizada por um viés comparatista, tendo em conta a circulação de repertórios literários que se realiza entre os países de língua oficial portuguesa e a perspectiva do comparatismo da solidariedade (Benjamin Abdala Junior), uma estratégia crítica para se relevar o comunitarismo cultural, de acordo com a linha de pesquisa literatura e sociedade nos países de língua portuguesa. Desta forma, buscaremos consolidar um pensamento crítico em torno da hipótese de investigação pela qual se efetiva na imagem literária a desconstrução de mitos sociais que têm sua história em termos sociais, destacando os respectivos aspectos históricos e a ascensão dos comunitarismos possíveis (de gênero, da língua, da cultura), por meio da análise comparativa dos romances A costa dos murmúrios, de Lídia Jorge (Lisboa, 1988) e Ventos do apocalipse, de Paulina Chiziane (Maputo, 1995).
A dissertação procura mostrar que as narrativas de Marido e outros contos, de Lídia Jorge, são perpassadas por uma temática relativa aos conflitos existenciais e à morte física e psicológica, pela incapacidade de leitura das personagens em relação a si mesmas, à sociedade e ao mundo que as cerca, com uma crítica velada e sutil ao regime salazarista. Para fazer a análise observamos como a autora fala de grandes problemas, vendo-os, entretanto, através de seu reflexo e não diretamente, ou seja, fazendo uso de recursos textuais sugestivos, como a ironia. Analisamos assim de que forma elementos como a morte, a religiosidade, a ideologia, a alienação, a relação de poder, a condição feminina, a configuração espácio-temporal, as estratégias textuais (como a leveza e a ironia), manifestam-se nas várias histórias que compõem a coletânea e como essa teia de relações embora o aspecto social funcione aparentemente apenas como pano de fundo e o sentido histórico esteja diluído articula-se na configuração de algo maior: a sociedade portuguesa, que, segundo Lídia Jorge, se constitui de uma elite grandiosa, mas absolutamente indiferente à sorte da maioria.
  • “Espaço narrativo e identidade nacional literária: A construção da imagem de um país na literatura de Lídia Jorge, Manuel Rui e Mia Couto”
    Tese de Doutoramento de Nazaré Torrão
    em Literatura Comparada
    Universidade de Genebra
    A proposta deste trabalho é analisar a formação identitária da narradora e protagonista do romance A manta do soldado, de Lídia Jorge, que se realiza mediante o processo de construção autoral. A constituição subjetiva da personagem desenvolve-se por meio de sua relação com o espaço da casa patriarcal portuguesa, que é transformado, pela imaginação, numa casa-de-escrita. Inserida nesse lugar que tem como marcas a solidão e o silêncio, ela busca, mediante a rememoração de fatos e coleta dos discursos alheios, constituir sua identidade através da função autoral. O resultado é um texto de caráter ambíguo, que contrapõe o peso da existência à leveza na forma do narrar, e que traz a preponderância da imaginação sobre a percepção dos acontecimentos.
  • “Modos do tempo e do espaço em Eduarda Dionísio e Lídia Jorge: mudança, imaginação e (ir)realidades”
    Dissertação de Mestrado de Sandra Guerreiro Dias
    em História das Ideologias e Utopias Contemporâneas
    18 de setembro de 2009
Este trabalho pretende refletir sobre o romance contemporâneo O vento assobiando nas gruas (2002), da escritora portuguesa Lídia Jorge, analisando-o a partir do conceito de metaficção historiográfica, que, em sua textualidade auto-reflexiva e na releitura crítica que faz da História, questiona posições dicotômicas e problematiza os conceitos e as relações estabelecidas entre ficção, história e cultura. Para tal, nossa análise enfocará, na narrativa, a questão do espaço. Reais ou metafóricos, os espaços de O vento assobiando nas gruas problematizam realidades históricas, sociais e culturais e constituem metonímias significativas do movimento constante que caracteriza as personagens e do lugar anódino que ocupam numa narrativa bastante coerente com o cenário da pós-modernidade.
A obra inicial de Lídia Jorge, O dia dos prodígios, por meio de um riquíssimo conjunto de imagens e metáforas, constrói ficcionalmente o que seria, na visão de sua autora, a realidade socioeconômica e política de uma parcela significativa da população portuguesa a do Portugal agrário, de pensamento medievalizado e medievalizante, absorto em seu próprio cotidiano e, também por isso, distante das transformações vividas pelo restante do país. Para isso, a escritora cria um ambiente tempo e espaço que carrega marcas ideológicas nas imagens que o constituem, o que caracteriza, assim, o procedimento a que Mikhail Bakhtin deu o nome de cronotopo. Dessa forma, o propósito central desse estudo é identificar, no romance, os elementos espaciais que representem ideologicamente Portugal através dos tempos, com ênfase no pensamento português no contexto da Revolução dos Cravos, e quais traços dessa ideologia são alegorizados por esses elementos...
Este trabalho, colocado no âmbito das relações entre literatura e cultura, analisa as imagens e representações da identidade portuguesa entre milênios (final do século XX e início do XXI). A partir do estudo de textos de Lídia Jorge, João Aguiar e Maria João Lehning, procura colocar em relevo a tensão entre resistência e deslocamento. Verifica que o texto da primeira autora põe em evidência todo o imaginário nacional, que dos tempos proto-históricos ao fim do século XX formou as configurações culturais de Portugal e do homem português, numa perspectiva desconstrutiva e dinâmica, em que o passado, que não é um destino, se apresenta como ponto de partida para uma construção do futuro. Em João Aguiar é o contexto da globalização e da União Européia que passam para primeiro lugar, em que mitos, imagens e valores que faziam o imaginário português já só pertencem à memória. Nele a resistência maior ou menor, dependendo dos textos, à perda da identidade se configura dentro de um quadro de morte e/ou de ressurreição. Já em Maria João Lehning é o fim da imigração européia e o regresso que são tematizados, e com eles as mudanças nas últimas décadas na fisionomia portuguesa proporcionadas pelos efeitos da globalização e do multiculturalismo. Nos vários textos a história e a memória são elementos fundamentais de recuperação do passado, mas dentro da condição pós-moderna de fim da história, vista principalmente como 'histórias', como entrelaçamento de história e ficção. A organização do trabalho contempla no Capítulo I uma reflexão sobre as noções envolvidas na discussão e a revisão bibliográfica do imaginário nacional, a partir do olhar de alguns dos mais conceituados pensadores da cultura portuguesa no século XX. O Capítulo II ocupa-se da análise dos textos literários tendo em vista a apreensão das imagens identitárias na atualidade. O Capítulo III é uma interpretação da forma do imaginário proposto nas obras de ficção, a partir do olhar da pós-modernidade na perspectiva de Gianni Vattimo.
Este estudo parte da idéia de que se pode encontrar, sob o processo de desenvolvimento da consciência, em O Dia dos Prodígios, obra da autora portuguesa Lídia Jorge, referências que remetem à maneira pela qual esta consciência se constitui nos habitantes de Vilamaninhos, cidade fictícia em que se inscreve a ação no romance. O objetivo desta pesquisa consiste em verificar o estado de consciência dos habitantes dessa aldeia e a dinâmica da passagem desse nível precário para outro, mais elevado, nas personagens femininas Branca Volante e Carminha Parda e na personagem masculina Macário, uma espécie de trovador medieval da aldeia. O exame leva em conta o confronto da aldeia com os soldados que, na narrativa, são os que se inserem no mundo da cultura e que vão levar à aldeia a notícia da Revolução dos Cravos, fato histórico que serve de pano de fundo para o desenvolvimento da trama. Também são examinadas as relações entre as personagens de Vilamaninhos e, ainda, entre estas e os soldados, a linguagem que utilizam; e a atmosfera mítica que permeia o romance. Além disso, investiga-se o contexto histórico da Revolução dos Cravos, que possibilita compreender o rudimentar nível de consciência dos camponeses em relação ao real, sua desarticulação em relação ao universo cosmopolita e seu conseqüente desencontro consigo mesmo, transformado em um ser esvaziado de sentido. Sendo assim, o fato de se apresentarem com um grau de consciência muito precário mostra a alienação do povo de Vilamaninhos, com relação ao restante da sociedade e instiga reflexões sobre as relações humanas.
Nesta tese, apresenta-se um estudo sobre a oralidade presente em O Dia dos Prodígios, obra da autora portuguesa Lídia Jorge, em que é possível identificar alusões à Revolução dos Cravos, quando se atenta à estranheza dos fenômenos ocorridos com os habitantes da aldeia nomeada Vilamaninhos cuja principal característica é o emprego da língua oral como única forma de expressão lingüística entre seus moradores. O microcosmo de Vilamaninhos é composto por indivíduos iletrados em sua quase totalidade. As barreiras impostas pela dificuldade de comunicação causam o isolamento da aldeia em relação aos centros urbanos desenvolvidos, restando ao povo da aldeia compartilhar as condições arcaicas de vida. O propósito deste estudo é identificar, a partir do aporte teórico da Análise da Conversação, as estratégias empregadas pela autora na representação da oralidade em sua narrativa literária. Entende-se que O Dia dos Prodígios apresenta características da fala não só na explicitação dos diálogos entre as personagens, mas em toda sua escrita. A oralidade é representada, além de por palavras, também por recursos gráficos, de estruturação do texto, gerando a sensação, no leitor, de ouvir e de ver as personagens em interação, ao longo da narrativa. A identificação dos elementos de oralidade constantes da narrativa permite, como em circunstâncias reais de conversação, sob perspectiva ideológica, conhecer os indivíduos nesse processo inseridos, por meio do que dizem, explicitam e, inclusive, do que dissimulam. O indivíduo é a chave, o ponto de partida para se conhecer o grupo social a que ele pertence. Pela Análise da Conversação, em O Dia dos Prodígios obtêm-se indícios sobre a sociedade e suas relações de conflito. Os papéis sociais são manifestos pela oralidade, ao mesmo tempo em que, por outro lado, a competência do indivíduo, ao se expressar pela fala, é um fator importante no estabelecimento de seu papel face ao seu grupo social. A linguagem empregada por Lídia Jorge, na caracterização das personagens de sua obra, representa a oralidade, sem ser caricata ou pejorativa. A oralidade de O Dia dos Prodígios é um artifício com o que se enseja a reflexão sobre língua, interação, desenvolvimento humano e social.
  • “O Realismo Mágico na Literatura Portuguesa: O Dia dos Prodígios, de Lídia Jorge, e O Meu Mundo Não É Deste Reino, de João de Melo”
    Dissertação de Mestrado de Paulo Roberto Nóbrega Serra
    Em Literatura Comparada/ficção narrativa
    Universidade do Algarve- 2006
  • Vale da Paixão, de Lídia Jorge”
    Dissertação de Mestrado de Maria de Lurdes Trilho
    em Estudos Anglo-Portugueses
    Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
    Universidade Nova de Lisboa - 2004.
  • “A Produção Literária de Teolinda Gersão e Lídia Jorge - Como Espelho do Acontecer da Vida Política, Social e Cultural de Portugal Contemporâneo”
    Tese de Mestrado de José Francisco Tragant
    Universidade de Buenos Aires
  • “Das fronteiras da arte e do mundo: O Jardim Sem Limites de Lídia Jorge”
    Dissertação de Mestrado de Alexandra Dulce Gonçalves Lopesem Estudos Portugueses e Brasileiros
    Faculdade de Letras
    Universidade do Porto, 2000
  • “Alice e Penélope na ficção portuguesa contemporânea” (A Costa dos Murmúrios, de Lídia Jorge, no corpus textual)
    Tese de Doutoramento de Ângela Carvalho Faria
    Faculdade de Letras
    Universidade Federal do Rio de Janeiro - julho de 1999
Há um ensaio publicado, com o mesmo título, e que antecedeu a defesa da Tese, em «Percursos Literários & Outros Ensaios». Revista Terceira Margem. Revista da Pós-Graduação em Letras da UFRJ. Ano IV, n º 4, 1996. p .54-60
  • “Inquietos olhares: a construção do processo de identidade nacional nas obras de Lídia Jorge e Orlanda Amarílis”
    Tese de Doutoramento de Jane Fraga Tutikian
    Universidade Federal do Rio Grande do Sul -
    1998.
  • "A História como Memória em A Costa dos Murmúrios de Lídia Jorge"
    Dissertação de Mestrado de Maria Manuela A. Lacerda Cabral

    Faculdade de Letras
    Universidade do Porto - 1996